Besta é tu!
Besta é tu, besta é tu, besta é tu
Se não há outro mundo.
(Porque não viver?)
Se não há outro mundo.
(Por que não viver?)
Não viver outro mundo.
Besta é tu, besta é tu, besta é tu.
Se não há outro mundo.
(Porque não viver?)
Se não há outro mundo.
(Por que não viver?)
Não viver outro mundo.
Viver contanto em qualquer coisa.
O Maraca domingo.
O perigo na rua.
O brinquedo menino.
A morena do Rio, pela morena eu passo o ano olhando o Rio.
Eu não posso com um simples requebro.
Eu me passo, me quebro, entrego o ouro.
Mas isso é só porque ela se derrete toda só porque eu sou baiano.
Besta é tu, besta é tu, besta é tu.
Se não há outro mundo.
(Por que não viver?)
Não viver esse mundo.
(Por que não viver?)
Se não há outro mundo
(Por que não viver?)
Não viver outro mundo
Viver contanto em qualquer coisa
Olha só, olha o sol.
O Maraca domingo.
O perigo na rua.
O brinquedo menino.
A morena do Rio, pela morena eu passo o ano olhando o Rio.
Eu não posso com um simples requebro.
Eu me passo, me quebro, entrego o ouro.
Mas isso é só porque ela se derrete toda só porque eu sou baiano.
Mas isso é só porque ela se derrete toda só porque eu sou baiano.
Besta é tu, besta é tu, besta é tu…
Se não há outro mundo
(Por que não viver?)
Não viver esse mundo
(Por que não viver?)
Se não há outro mundo
(Por que não viver?)
Não viver outro mundo
Amor
Amor, bobagem que a gente não explica.
Prova um bocadinho, fica envenenado
E pro resto da vida é um tal de sofrer
Amorsfera
Flutuei num sonho lindo
rindo
Curtindo teu sorriso imenso
denso
Suspenso nesses olhos claros
raros
Aros de um corpo ardente
carente
Rente ao calor do meu
Sôfrego cheguei
Trôpego fiquei
Amei
Guizos de cores
Rios de amores
Flores
É assim o amor?
Querido
Curtido
Amado?
Pulsado
Sonhado
Amado?
Vivido
Sofrido
Amado?
Distante
Bastante
Amado?
Valente
Pingente
Amado?
Dengoso
Fogoso
Amado?
Quente
Pra sempre
Amado?
Desiludido
Perdido
Acabado?
Ei!
Pressinta
É o bastante
Imagine
É por enquanto
Suspire
É do momento
É da vida que leva e traz
É do mar que enche e inunda
É da chuva (tão gostosa…)
É da alma
é da chuva
é do mar
é da vida
Sentimentos Eletrônicos
Sinto pulsos
pulsos
pulsos
…
C/C
RG
CPF
e as angústias?
e as esperanças?
e a solidão?
Sinto pulsos
pulsos
pulsos
…
matrícula
dependentes
cédula C
e as dores do mundo?
e a fome do mundo?
e o ódio do mundo?
Sinto pulsos
pulsos
pulsos
…
horas
Faltas
Faltas
grana
e os amores?
e a lua?
e a Myrlla?
Sinto pulsos
números
pulsos
números
… …
e Deus?
e você?
Bazar da vida
Rifo meu trabalho
por pontos baratos
preciso de pão
(filhos aflitos…)
Rifo meu canto
por pontos baratos
preciso de encanto
(amores perdidos…)
Rifo amizades
por pontos baratos
preciso de grana
(vaidades incontidas…)
Rifo meu traço
por pontos baratos
preciso correr
(praga da vida…)
Rifo meu pensamento
por pontos baratos
preciso comer
(sistema maldito…)
Rifo
Rifo meu coração
por pontos baratos
preciso de alguém
(solidão sofrida…)
Rifo voce
por pontos baratos
preciso de ar
(espaço restrito…)
Rifo minh’alma
por pontos baratos
preciso de ajuda
(crenças falidas…)
Rifo minha honra
por pontos baratos
preciso viver
(isso é que é vida?)
Compre um ponto!
Hoje é 29 de junho de 1988
Só
Sem
Sumiço
Saudades
Quem é você?
Quem é você
Que nasce
cresce
se empolga
quer mudar o mundo
entra no esquema
se desilude
e morre ?
Que faz
corre
foge
é manipulado
e não deixa marcas?
Pensa? Ou passa?
Sente? Ou é marcado?
Ama? Ou se amarra?
Vive? Ou se faz parte da vida?
Os poetas
E os poetas…
Que vivem e que vêm
As angústias e as belezas
Os sofrimentos
Não vistos
Não sentidos
Não vividos
Que sentem a fome do mundo
Que sentem a vergonha do mundo
Que carregam as cores do mundo
Que vem e lustram
Videntes
Chorantes
Viventes
Pedidos e Perdidos
Perdi a noção do tempo
do espaço
da consciência
Pedi a noção da humanidade
perderam
Pedi a noção da justiça
esconderam
Pedi a noção do belo
mitificaram
Pedi a noção da morte
justificaram
Pedi a noção do bom
venderam
Pedi a noção da noção
(o que é isso?)
não responderam
Cometa Myrlla
Passagens fulgurantes
pulsantes
Brilho ardente
envolvente
Orbita incerta
imprecisa
(irrelevante?)
Rotas diferentes
descrentes
Amor
e o tato?
e o papo?
(cacos)
Penso que não foi sem senso
(Não sei se [ainda] vou te amar…)
P a r a c u r u M e u A m o r
Com 50 anos és bela
És uma mulher de verdade
Madura , lúcida e bacana
Espalhando vaidade.
Cabelos dourados a o sol
Pele de areias ligeiras
Olhos verdes, cristalinos
Brilhando sempre brejeiros.
Chamas a todo querida
Luz e estrela do meu céu,
Terra boa , minha vida ,
És pão, és alegria , és mel.
23 de novembro de 2001
Homenagem aos 50 anos de Paracuru
Prof Socorro Coe
Pardais-Peixes
Gostaria de compartilhar umas idéias que lucubrei ao por do sol, à beira-mar.
O poeta disse e cantou: “Barracão de zinco/sem telhado…” E continuou:
“Sinfonia de pardais/anunciando o anoitecer…” Nesse clima. Que os pardais, por
cantarem num uníssono, não conseguem uma sinfonia…
Observei os pardais sobrevoando o mar, nas ondas proximas à praia, e alguns
tentando um vôo um pouco mais longe. E pensei: a crise, hodierna, entre muçulmanos
e ocidentais é parecida. Os pardais não entendem os peixes: talvez perderiam a
identidade — senão a própria sobrevivência — se o tentassem? E vice-versa! E tem
solução???
Não me arrisco a associar uns e outros, pardais/peixes com
muçulmanos/ocidentais. Quem mergulharia? Quem voaria? Apenas vislumbro o impasse,
fatal e existencial. Assim como estão. Aliás, somos feitos, tudo, da mesma natureza
(estrelas e homens), da mesma textura ou, como disse Chardin, do mesmo estofo.
É isso que compartilho às suas considerações